três vezes lua
É no noturno que te fito no mais claro breu do teu mistério.
Silente de qualquer movimento.
De forma a me relevar nada além da fuligem prateada,
e pó de hialino que assopra-me sobre o rosto na noite estrelada de Santa Teresa.
Somente no silêncio noturno pregado à boca, quando em irrefletida admiração de quem é cegado por um satélite suspenso no vácuo: avisto-me por um longo instante mudo e insignificante.
— Porque só não me guio quando de mim foges
De quantos deuses seria preciso para descortinar o hermetismo que vive escondido no lado oculto desta esfera cor de pérola? quantos cálculos e teorias seria necessário a fim de revelarmos-nos o conhecimento da escuridão do lado que não se move.
Não se troca um corpo: acompanha-se.
A mudez prateada sobre o mar quando decide subitamente avançar sobre a areia fina
A pressionar os pobres corpos franzinos dos meninos da província, e os polvos; as fêmeas.
Mas é quando ameaçada, e por isso um cansaço muito grande lhe aflige, precisa esconder-se em escuridão, como uma cápsula que precisa se proteger antes.
Tão logo desaparecem os albatroz
e novamente cegos, agora em escuridão de quartzo-negro,
os que nunca se guiaram pelo noturno céu ameríndio.